Realizando a obra de Deus
Milhares de pessoas em todo o mundo têm abandonado os seus empregos, casas e famílias para se dedicar a um trabalho que julgam ser a obra de Deus. Será que realmente estão certos? O que fazem é a obra de Deus?
Temos no catolicismo aqueles que abandonaram tudo, e, em alguns casos, até mesmo o convívio com a sociedade, para "servir" a Deus enclausurados em um convento. O mesmo acontece no budismo.
Também podemos citar o caso de rapazes e moças que resolvem fazer o voto do celibato, e, apesar de suas naturezas clamarem pelo relacionamento do casamento, negam a si mesmos este desejo e direito por pensarem que isto é fazer a obra de Deus.
No meio evangélico encontramos algo parecido, desde a proibição de cortar cabelos, feita às mulheres, até longos períodos de jejum, que alguns observam também julgando estar, desse modo, realizando a obra de Deus.
Para o Senhor Jesus, realizar a obra de Deus era a Sua missão. A ela devotava a Sua vida, Se consagrava, viajava, e usava todo o potencial que o Pai havia lhe dado na consecução da mesma.
Nós também temos que realizá-la. O que então devemos fazer para que ela seja realizada? É o que veremos nesta lição.
Podemos ver, pelo que Jesus fez, que a realização da obra de Deus começa por uma submissão ao Pai e continua por colocar a Sua Palavra em ação. E, de uma coisa podemos estar certos: se não fizermos a obra de Deus, ela não será feita.
O Senhor Jesus nos deu o exemplo e nos ensinou como realizar a obra de Deus. Também mostrou o significado de tal realização, o qual é a resposta à pergunta que se faz em todo o mundo sobre o que fazer para realizar a obra do Senhor.
Que, a partir de hoje, você seja um realizador de tal obra, é a minha oração.
Em Cristo, R. R. Soares
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Entre aqueles que se declaram cristãos é grande o número de pessoas que vivem mal, constituindo-se num péssimo exemplo para o Evangelho; pois, como alguém poderá dar crédito à promessa de vida abundante trazida por Jesus, se aqueles que garantem que vivem debaixo de Sua graça demonstram que a vida abundante não é real. Ela é ou não é real? Pelas promessas bíblicas, sim; pelo viver de muitos, parece que não.
De quem é a culpa? Às vezes a culpa é da própria pessoa. Ela vive desleixadamente sem querer aprender o que a Palavra fala sobre a sua posição em Cristo, não assumindo os seus direitos como membro da família do Senhor.
A culpa pode cair também sobre os pregadores que não ensinam a Verdade (muitos ensinam teologia). Devemos aceitar, ainda, que a culpa pode estar em alguns casos nas pessoas que fizeram as traduções das Sagradas Escrituras. Se bem que temos que reconhecer que eles tentaram fazer o melhor e, de modo geral, foram felizes na obra que realizaram.
Mas, muitos pontos importantes foram traduzidos de um modo meio torcido, e por isso bênçãos têm sido perdidas. É o caso de João 14.13, que já temos estudado bastante neste Curso Fé, em que foi traduzido da seguinte maneira: E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei. Segundo esta tradução qualquer um pode se convencer de que basta pedir a bênção que ela lhe seja concedida. Mas, a verdade é bem outra: conhecemos muitos que vivem pedindo e nada recebem. A razão é que Jesus não falou pedir no sentido que nós conhecemos por pedir e sim determinar, exigir, mandar,
Também é o caso da cura do cego registrada em João 9. Os versículos 3 e 4 foram traduzidos deste modo:
Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus. Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.
Se esta tradução fosse correia poderíamos acreditar que existem pessoas que .nascem cegas, aleijadas e que passam a vida sofrendo para que algum dia nelas se manifestem as obras de Deus. Seguindo este raciocínio, alguém poderia argumentar que Deus não é amor; pois, Ele permite que pessoas nasçam defeituosas e vivam sofrendo, sendo privadas da visão, audição, voz e de outras funções só para que algum dia elas venham a ser curadas e Ele receba a glória. Isto não parece esquisito? Isto é horrível! Este não pode ser o caráter do nosso Deus.
O EXEMPLO DE JESUS
Quando Jesus esteve aqui no mundo, curou a todos. Ele nunca aprovou o sofrimento, nem disse a ninguém que Deus queria que ele sofresse. Nesta passagem da cura do cego, Ele não falou que o homem nascera deste modo para que o Senhor Deus algum dia viesse a receber glórias pela sua cura.
Como sabemos, o Novo Testamento foi escrito na língua grega, e o grego daquela época não conhecia os sinais de pontuação como hoje nós conhecemos. Também João, ao escrever o seu Evangelho, não o dividiu em capítulos e versículos, ele o escreveu como uma carta. Atribui-se ao cardeal Hugo, falecido em 1263, ou a Stephen Langton, falecido em 1228, a divisão da Bíblia em capítulos. A divisão em versículos foi obra de Robert Steves em 1551. A tradução deste trecho teria sido melhor se tivesse sido feita deste modo:
Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais. Mas para que a obra de Deus seja realizada, é necessário que façamos a obra daquele que me enviou, enquanto é dia: a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.
Há uma tradução da Bíblia, feita mediante a versão francesa dos monges beneditinos de Maredsous (Bélgica), que se aproxima deste nosso entendimento. Ela diz:
Como é diferente, não é verdade? Quantos milhões de criaturas têm sofrido desnecessariamente durante anos, porque pensavam que os seus sofrimentos lhes foram dados para que um dia as obras de Deus nelas se manifestassem e Deus recebesse a glória.
Os discípulos perguntaram: Quem pecou: este ou os seus pais para que nascesse cego? A pergunta que fizeram é bastante esquisita. Como poderia ter ele pecado antes de nascer? E, Jesus, respeitando o raciocínio deles lhes diz: Nem ele pecou, nem os seus pais. A pergunta foi respondida; porém, sobre a causa real do sofrimento, Jesus não falou nada. Talvez porque a Escritura já falara, em outras partes, que a causa de todo mal é o pecado de Adão. Porém, aproveitando a ocasião, o Senhor deu uma grande revelação: Mas para que a obra de Deus nele se manifeste, é necessário que façamos a obra daquele que me enviou.
Era Jesus, o homem, quem deveria fazer as obras de Deus. Se Ele não as fizesse, elas não seriam feitas. Durante anos, aquele cego e outros doentes sofreram, porque ninguém fazia as obras de Deus. O mesmo é verdade hoje, milhões estão sofrendo porque a obra de Deus não está sendo feita. Alguém pode sofrer durante anos mesmo sendo membro da melhor igreja: se ele não fizer a obra de Deus em sua vida, isto é, não repreender o mal, não exigir a saída das doenças e o fim do sofrimento, nada será feito.
É necessário que façamos a obra dAquele que nos enviou enquanto é dia. Para isso, recebemos essa missão do Senhor Jesus.
Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem; em meu nome, expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão (Mc 16.15-18).
Quando saíram para fazer a obra de Deus, veja o que aconteceu: E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! (Mc 16.20).
Acorde, meu irmão! Já fomos enviados. Temos uma missão. Devemos fazê-la já, a partir de agora.
O SIGNIFICADO DE REALIZAR A OBRA DE DEUS
Somos nós que realizamos a obra de Deus. Mas o que realmente significa realizar a obra de Deus? Para as pessoas que procuraram o Senhor Jesus e indagaram dEle o que era realizar a obra de Deus, Ele foi claro:
E, achando-o no outro lado do mar, disseram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui? Jesus respondeu e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais não pêlos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou. Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu e disse-lhes:
A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele enviou (Jo 6.25-29).
Vimos que eles procuraram Jesus porque não queriam ter trabalho para conseguir o sustento material, pois de cinco pães de cevada e dois peixinhos - um lanche de um menino, Ele fez uma multiplicação que alimentou quase 5000 homens, além das mulheres e crianças. Agora seria fácil, no raciocínio deles; quando tivessem qualquer necessidade, Ele prontamente faria o milagre.
Jesus, então, lhes adverte que deveriam trabalhar pela comida que permaneceria para a vida eterna, a qual Ele - Jesus, lhes daria. Entenderam eles que precisavam fazer algo e foram direto ao assunto, perguntando o que seria necessário para realizar as obras de Deus. Jesus lhes informou que não são as obras de Deus que temos que realizar e, sim, a obra de Deus, a qual é crer nAquele que por Ele foi enviado.
HOJE, MESMA PERGUNTA - MESMA RESPOSTA
Esta pergunta formulada ao Senhor Jesus é ouvida em todas as partes, e a resposta é a mesma: Que creiais naquele que por Ele foi enviado. Mas o que é crer nAquele que por Ele foi enviado? Muitas pessoas garantem com a boca cheia que crêem nAquele que Deus enviou, e quando lhes perguntam quem foi que Deus enviou, respondem logo: "Jesus".
De certo modo elas estão certas. Mas, a verdade é que Deus não enviou Jesus propriamente, Deus enviou a Sua Palavra;
Ela encarnou-Se e nasceu Jesus. É certo que Jesus e a Palavra de Deus são a mesma pessoa. Mas, é preciso que se entenda a diferença, pois muitos garantem que crêem em Jesus, mas não vivem de acordo com a Palavra. Eles na verdade se enganam. Quem, de fato, crê no Senhor Jesus pratica a Palavra de Deus.
Então, o que você fará a partir de agora? Se você não fizer a obra de Deus, ela não será feita. O que você diz? Você vai fazer a obra do Senhor?
Se você está doente ou com qualquer problema, pare de ficar pedindo a todo mundo que ore por você e que lhe ajude a conseguir algo de Deus. Decida agora mesmo a fazer a obra dEle. Torne-se num filho obediente, um praticante da Palavra.
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