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Ainda me pego tentando encontrar palavras dignas para agradecer ao Pai por poder ver e experimentar do cuidado dele não na minha vida, mas na vida de uma pessoa muito especial. Alguém que conquistou todo o meu carinho e é digna de todo o meu respeito.

Por muito tempo, minha amada amiga Débora esteve conosco no ministério de louvor, participando sempre firme e forte na casa do Pai. Ela é uma pessoa muito meiga e carinhosa. Posso falar pelo que conheço: procura viver uma vida íntegra diante de Deus. Ela é jovem, linda, mas, como tantos servos de Deus, tem seus problemas pessoais. Há alguns meses, ela se ausentou do ministério e, conseqüentemente, da igreja. Não porque estava fraca na fé, mas porque escolheu cuidar de alguém enfermo, escolheu assumir uma responsabilidade de que não era necessariamente sua, cuidar de sua mãe.

Por muito tempo, a mãe da minha amiga esteve doente por diversas causas. No entanto, recentemente, por causa do vício do cigarro ela teve um problema sério de pulmão (que só minha amiga mesmo pode explicar melhor), no qual chegou a ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por um mês. O pai dela, um homem trabalhador e participante do mesmo sofrimento, talvez não tivesse “estrutura” para lidar com as enfermidades, precisava trabalhar e como passa muito tempo fora de casa, minha amiga teve que, sozinha, passar a cuidar da sua mãe; raramente com a ajuda de alguém. Esse cuidado exige tempo integral e absoluto, já que sua mãe respira com o auxílio de umas “bombas de oxigênio”, isto significa que ela não pôde estudar e nem trabalhar para cuidar completamente de sua mãe.

Certa noite eu e alguns amigos fomos visitá-la. A mãe dela chegou do hospital há uma semana e estávamos na expectativa de saber como ela e sua casa estavam. Meu líder chegou para ministrar, mas, surpreendentemente, saímos de lá ministrados. Foi especial porque vimos que durante meses de luta, de dor, de choros diante do Senhor (sem poder ir à igreja), de desespero entre a vida e a morte, entre os cuidados com a mãe e noites sem dormir e sem fim no hospital, ela se mostrou firme naquilo que Deus estava fazendo. Ela estava (e ainda está) definitivamente dependendo do Senhor e na força do seu poder. Aleluia!

E sabe o que o Senhor ministrou a nós? O que é honrar aos nossos pais. Você sabe o que é honra? É conferir dignidade a alguém; é considerar a coragem ou a virtude de alguém. Honrar aos pais – conforme está descrito no livro de Êxodo – é o único mandamento (entre os dez) em que há uma promessa de ter os nossos dias prolongados sobre a face da terra. Minha amiga Débora, tem um pai que nem sempre a apóia. Ela é a única cristã na casa e é uma jovem que mesmo assim preferiu não viver a sua vida, mas honrar a vida da sua mãe em todo o tempo, em todo o momento.

Isso me lembra o que Martin Smith, ministro de louvor inglês disse em uma de suas ministrações na canção “History Maker” (“Feitor de História”). Uma pessoa que faz história vai muito mais além daquilo que ela canta; é aquela que “honra seus amigos mais que a si mesmo, é a que anda humildemente na presença do Senhor”. Eu vejo isso na minha amiga. Que força do Senhor era aquela para suportar tamanha pressão e desespero! Que amor havia dentro dela! Que fé! Eu vi o Senhor na vida dela. Enquanto cuidamos em fazer tantas coisas para Deus, esquecemos das mais simples, a honra aos nossos pais. A honra ao Senhor por meio do amor que devemos uns aos outros.

O cuidado que ela tem para com sua mãe é o mesmo que o Senhor teve e tem por nós também. Estou absolutamente certa de que, assim como o vento que sinto, o ar que respiro e o brilho do sol que está sobre mim, o Senhor a honrará. Jesus escolheu a nós e ele não tinha nenhum dever. Ele simplesmente escolheu nos amar.

Saí de lá profundamente tocada, emocionada e honrada pelo Pai. Ainda me pego contendo algumas lágrimas. Pedi perdão pelo meu egoísmo quando penso no meu “eu”, nos “meus objetivos”, sempre “eu”. Deus foi tão fiel! Que privilégio eu tive em aprender de perto e de uma forma tão verdadeira e prática a sua Palavra! O Senhor me ensinou uma tremenda lição que nunca mais vou esquecer. Quero poder honrar meus pais muito mais e amá-los muito mais do que eu já pude amar.

Talvez você não seja reconhecido por ninguém. Talvez ninguém o valorize. Talvez você ache que conhecer a Palavra já basta. Não queira só isso. Deixe uma história na vida das pessoas de forma que as influenciem para Deus. Viva a Palavra. Nunca esqueça a lei da semeadura tão real para nós. Nunca esqueça o valor da honra porque a honra para os pais é honra para Deus e isso não tem preço.

“Honra a teu pai e tua mãe, para que se prolongue os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá.” (Êx 20.12.)

Jaqueline Santos
Colaboradora do portal Lagoinha.com
Ministra de Louvor da Igreja Batista Ministerial da Família
jackprearo@hotmail.com / www.jaquelinesantos.zip.net / www.ibmdaf.org.br

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