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"Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti." (2Tm 1.5).



Em sua primeira viagem missionária, Paulo pregou na sinagoga em Icônio onde muitos judeus e gentios creram no evangelho. Os líderes dos judeus, cheios de inveja, levantaram o povo gentio contra Paulo e sua equipe. Apesar dos sinais e prodígios que eram operados pelas mãos dos servos do Senhor, o povo da cidade ficou dividido e os judeus formaram um motim para apedrejar Paulo. Sabendo disso, tiveram de fugir da cidade e foram para Listra.

Listra era uma cidade que ficava nas altas planícies da Licaônia, sendo uma das colônias romanas da Galácia. Não havia qualquer atrativo comercial nessa localidade, mas a sua posição geográfica mostra a intenção romana de defesa, pois a cidade era estratégica.

Talvez a segurança da cidade de Listra tenha sido a indicação do Senhor para aquele momento do ministério de Paulo. E ali também pregaram o evangelho. Vendo um aleijado desde o seu nascimento, que jamais andara, Paulo ministrou-lhe a cura em nome de Jesus. E o homem deu um salto e passou a caminhar. O povo da cidade ficou perplexo com o fato e os sacerdotes pagãos trouxeram touros e grinaldas para sacrificarem a Paulo e Barnabé, pensando que fossem deuses. Mas o apóstolo tomou a palavra e falou do poder de Deus, anunciando-lhe Jesus. Entretanto alguns judeus de Icônio e de Antioquia convenceram a multidão a apedrejar Paulo. E eles o fizeram.

Deus operou maravilhosamente na vida de seu servo. Após o apedrejamento, crendo que ele já estava morto, a multidão o deixou. Então vieram os discípulos e o rodearam. Paulo se levantou, entrou na cidade de Listra e, no dia seguinte partiu com Barnabé para outro campo missionário. Foram para Derbe.

Possivelmente nesse primeiro contato com os judeus na cidade de Listra, a família de Lóide deve ter tido o conhecimento de Jesus como o Messias prometido. Lóide, sua filha Eunice e seu neto Timóteo tornaram-se cristãos. Quando Paulo regressou àquela cidade, já em sua segunda viagem missionária, ele levou consigo o jovem Timóteo. O apóstolo investiu em Timóteo, preparando-o para ser líder e continuar sua missão naquela geração. Paulo lhe passou o bastão e recomendou Timóteo às igrejas, as quais ele visitaria por orientação do apóstolo.

Em sua última carta escrita, antes do seu julgamento final e sua execução pelo mandado de Nero, Paulo encorajou Timóteo a perseverar e prosseguir na jornada até o fim. Paulo escreveu, dizendo que orava por Timóteo dia e noite, “trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti”. (v.5).

Eunice era uma jovem judia, filha de Lóide, que se casara com um grego. A Bíblia não nos fala os nomes dos esposos de ambas. Quem sabe já fossem viúvas quando Paulo as conheceu em Listra. Entretanto a fé dessas mulheres marcou o apóstolo. Ele menciona sua conduta moral de acordo com a Palavra de Deus e a firmeza desses princípios na criação de Timóteo.

Lóide e Eunice tornam-se símbolos cristãos na educação dos filhos. O ensino da Palavra de Deus em sua casa era fundamental. A oração, a meditação nos textos bíblicos e o compartilhar das experiências com Deus eram regra diária na vida dessa família. Timóteo cresceu “respirando Bíblia”. Decorou, meditou e estudou a divina semente, que brotou em sua vida e fez dele um continuador da obra de Paulo.

Desde os tempos do Antigo Testamento, havia a orientação divina para que a família se encarregasse de inculcar na mente e no coração dos filhos os princípios eternos da revelação divina. O salmista já dizia: “Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho anunciado as tuas maravilhas. Agora também, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a todos os vindouros.” (Sl 71.17-18).

Há mulheres que se casaram com maridos incrédulos, ou que crêem em outros deuses, como era o caso de Eunice, e perdem a sua fé, ou se enfraquecem na jornada com Deus. A Bíblia nos aconselha a não nos colocarmos em jugo desigual, mas se este é o seu caso, um casamento misto, isto não deve impedir que você tenha a sua vida com Deus em plenitude. Eunice é prova disso.

Conheci uma mulher que era líder da intercessão em sua igreja e que tinha onze filhos. Perguntei-lhe sobre os seus filhos, se estavam firmes nos caminhos do Senhor e também se estavam envolvidos com a intercessão. Ela me respondeu que o marido era alcoólatra e atrapalhou toda a criação dos filhos. Nenhum estava na igreja.

O marido a enganara para casar. Ele se batizara, dizendo ser crente e, depois de casado, “mostrou as unhas”. Com a chegada dos filhos, ele tirava a “força” dela na sua educação e eram todos rebeldes e mundanos. E, já que ela não tinha “força” com os filhos, então os entregara aos cuidados do pai, que não tinha nenhum referencial para sua descendência...

Enquanto esta irmã contava sua triste história, ao lado dela estava outra irmã, cujo marido também era alcoólatra. Esta irmã se converteu após alguns meses de casada. O marido também ainda não estava convertido, após mais de vinte e cinco anos de casamento. Entretanto a situação dos filhos dessa irmã era bem diferente da outra. Esta irmã procurou colocar em prática tudo o que aprendera sobre família e educação dos filhos, baseada na Palavra de Deus.

Ela procurava ser submissa ao esposo e se alimentava dos ensinos bíblicos em todo o tempo disponível. Nem sempre o marido permitia que ela fosse aos cultos, mas ela esperava ocasião favorável para não trazer discórdias no lar. Apesar de ser alcoólatra, seu marido tinha qualidades boas, como todas as pessoas têm. Ela procurava ver apenas as coisas boas que o marido fazia e o elogiava diante dos filhos, mostrando que o pai bebia porque não conhecia o poder de Deus em sua vida. E orava junto com os filhos pela conversão do marido.

Naquela ocasião, os três filhos homens daquela irmã eram pastores, estavam bem casados e formando lares equilibrados e felizes. E sua filha também era casada com um homem de Deus e vivia em alegria nos princípios do Evangelho.

Eu fiquei pensando naquelas duas histórias. Dois casamentos complicados com finais tão diferentes. A vitória estava nas mãos da esposa sábia. Sabemos que o casamento em jugo desigual traz muitas lágrimas e sofrimento, mas Deus quer transformar estas lágrimas em júbilo. Isto somente é possível quando nos colocamos verdadeiramente na posição de mulheres sábias e prudentes.

Pense comigo: Paulo deveria conhecer muitas judias em sua época, entretanto ele elogiou Eunice e Lóide. Não sabemos como era a “luta” dessas mulheres. Não sabemos como era o relacionamento de Eunice com o esposo grego, sendo ela judia e tendo os costumes judeus a serem preservados, como o “shabat”, as festas judaicas, a leitura da Torah (Antigo Testamento). Pelo fato de Timóteo não ser circuncidado percebemos que a influência do pai era forte no lar, mas prevaleceram as orações e a firmeza da fé de Eunice. Ela também, provavelmente, recebera o ensino da Palavra de Deus através de sua mãe, Lóide.

Podemos inferir, pelos escritos de Paulo, que Timóteo aprendera bem as Escrituras na mais tenra idade. Ele disse: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2Tm 3.14-17).

Na família, o ideal é que o homem tome a posição de ministrar e ensinar a Palavra de Deus aos filhos. Entretanto é a mulher que passa mais tempo com eles em casa, cabendo-lhe esse privilégio maravilhoso. A mãe de Wesley, por exemplo, teve dezenove filhos e os levou a decorar textos bíblicos e as letras dos hinos que cantavam na igreja, desde pequeninos. Dois de seus filhos tornaram-se grandemente usados pelo Senhor como avivalistas. Estes foram John Wesley, que evangelizou milhares, pregando a Palavra com poder e Charles Wesley, que compôs inúmeros hinos avivados.

Para refletir:
Como você agiria no lugar de Eunice e Lóide?
Será que, se Timóteo fosse seu filho, seria educado da forma como Paulo elogiou?
Você tem tirado tempo para meditar na Palavra de Deus e para ensiná-la aos seus filhos?
Como você tem se portado com seu marido incrédulo?
Você tem tido sabedoria no relacionamento com seu marido, para “ganhar sem palavra alguma”? (1Pe 3.1). 

::Por pra. Ângela Valadão


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  1. Graça e Paz

    Gostei muito deste texto e peço autorização para postar em nosso site:www.extremosulgospel.com.br,colocarei os créditos e não modificarei o texto.
    Sabendo que esta obra não é nossa, e sim do Senhor Jesus.

    Em Cristo

    José Ailton
    www.extremosulgospel.com.br

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  2. Achei maravilhosa, que Deus continue abençoando vocês, com carinho

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  3. Fique à vontade amado José Ailton...Paz!

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  4. Oi.
    AI é sempre muito bom encontrar blogs cristãs, fico muito feliz, e seu blog tá de parabêns trazendo bastante esclarecimento bíblico preciso fazer isso.
    Beijos e venho mais vezes e volte mais vezes também.
    Bjos :)

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  5. Graça e paz! Gostei muito deste texto e peço autorização para ministrar na rede de mulheres. E ensinar estas mulheres a viver o princípio da família.

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  6. Maravilhoso, como Deus te usou para ministrar essa palavra ao nosso coração....Deus te abençoe

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