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“E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser [...] e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.” (Lc 2.36-37).

Nomes hebraicos estavam cheios de muita importância e propriedade. Ana, cujo nome significa “graça”, era filha de Fanuel, da tribo de Aser. Sua tribo, Aser, tinha o nome do oitavo filho de Jacó, sendo o segundo que ele tivera da serva de Lia, Zilpa. O nome Aser significa “feliz ou bem-aventurado”. Quando Lia tomou nos braços o filho de sua serva, ela o chamou “feliz”, “Aser”.

A família de Jacó cresceu, desceu para morar no Egito, na época de José e, depois de 400 anos, retornou a Canaã. Israel esperou 400 anos no Egito, para que depois experimentassem a liberdade e a conquista da Terra Prometida. Deus levantou Moisés no tempo certo, pois o povo estava orando por sua liberdade. Deus disse: “Ouvi o clamor de meu povo.” Ele comissionou Moisés para ir ao Egito, e a profecia se cumpriu.

Veio o período dos juízes e, em seguida, foi instalada a monarquia. Os três primeiros reis governaram sobre a nação unificada, sobre as 12 tribos. A divisão do Reino se deu na época do filho de Salomão (Roboão). O Reino de Israel se dividiu em dois, o Reino do Norte (Israel), onde seu primeiro rei, Jeroboão, fez bezerros de ouro para adorar, enquanto o Reino do Sul (Judá), cujos reis eram descendentes de Davi, permaneceu fiel ao Senhor. Por causa disso, muitos israelitas das dez tribos do Norte se mudaram para Judá, especialmente para Jerusalém, no reino do Sul, a fim de adorar ao Senhor no templo.

A tribo de Aser, com as outras nove tribos do Reino do Norte, ou Israel, foi invadida por Salmaneser, da Assíria, e os seus descendentes foram levados para fora de sua terra natal em cativeiro (2Rs 17.3-23). Esses israelitas cativos pela Assíria nunca mais regressaram para Israel. Os descendentes das dez tribos, que perseveraram em servir ao Senhor ficando em Jerusalém, foram preservados, e experimentaram o favor de Deus. Mais de cem anos depois, o Reino do Sul foi levado cativo, permanecendo 70 anos na Babilônia.

Depois desse tempo, regressaram e reconstruíram Jerusalém e o templo. 400 anos após a reconstrução da cidade, começou o período do Novo Testamento, com a vinda de Jesus. Deus já havia predito que o “Messias” viria para estabelecer o seu Reino sem fim, eterno. Ele nasceria de uma virgem e seria chamado “Emanuel”, que quer dizer “Deus conosco”. Mas, percebemos por meio do estudo da Palavra de Deus, que, para acontecer o cumprimento das profecias, era necessário orar. E, para a chegada do “Messias Prometido”, Deus levantou Simeão e Ana, a profetisa, em Jerusalém para buscar sua face incessantemente, com orações e jejuns.

Ana era idosa, já tinha 84 anos, e era viúva. A Bíblia nos diz, por meio das pesquisas de Lucas, que ela vivera apenas sete anos com o marido. O número sete tem um significado especial nas Escrituras. É o número da perfeição. Isto nos leva a pensar que Ana teve um casamento feliz e o tempo que passou junto com o esposo foi completo, fazendo-a realizada como mulher.

A Bíblia não nos informa se ela teve ou não filhos, mas nos afirma que era uma profetisa. Ela ia todos os dias ao templo, pela manhã e ao entardecer, infalivelmente. Diariamente. E orava. E jejuava. E anunciava que o “Messias” estava chegando para aquela geração.

Certo dia, Ana viu chegar ao templo um casal, trazendo nos braços um bebê, como tantos outros, que, todos os dias vinham consagrar seus filhos a Deus. Mas algo maravilhoso aconteceu naquele dia. Simeão, o velho amigo e companheiro diário de oração, que era homem cheio do Espírito Santo, a quem Deus revelara que não morreria sem ver o “Messias do Senhor”, tomou nos braços o menino e orou. Ele louvou a Deus, dizendo: “Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra; pois já os meus olhos viram a tua salvação, a qual tu preparaste perante a face de todos os povos; luz para iluminar as nações, e para glória de teu povo Israel.” (Lc 2.29-32).

Simeão trouxe uma palavra profética para Maria e José, a respeito do menino. Ana chegou, se alegrou sobremaneira com o que estava acontecendo, e começou a dar “graças a Deus, e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém”.

Enquanto Simeão dizia que sua tarefa estava cumprida e que o Senhor já poderia levá-lo, Ana, ao contrário, sentia que estava começando uma nova missão para ela. Ana era mesmo incansável. Ela orava sem cessar e agora, ao contemplar o “Messias” nos braços de sua mãe, ela sentia uma forte responsabilidade de anunciar ao mundo inteiro que Deus havia cumprido sua promessa. O “Emanuel” já estava entre os homens. Que todos soubessem disso...

A vida de Ana nos ensina que não podemos parar de orar, até que se cumpra todo o plano de Deus para o mundo. Ana orou pela primeira vinda de Cristo, ou “Messias”, e hoje Deus levanta outras “Anas”, guerreiras de oração e batalhadoras do jejum, para orar pela segunda vinda do Senhor Jesus... Ela não se importava com os anos de sua idade, mas com o que precisava ser feito e anunciado.

Deus precisa de mais “Anas”. Que tal ouvir o seu chamado e ser também uma intercessora? Uma anunciadora do “Messias” e da chegada de seu Reino?



Pastora Ângela V. Cintra.


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