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A Bíblia nos descreve Jó como sendo o homem mais rico do Oriente (Jó 1.3). Isto é muito forte. Podemos imaginar a sua esposa sendo uma fina dama rodeada de conforto. Sua casa deveria ser um “palacete”. Os móveis e os adornos eram de alto estilo, talvez todos importados e comprados com muito bom gosto.

Os empregados vestiam-se com trajes especiais e havia entre eles muito respeito pelos patrões. A comida fina e requintada era posta na grande mesa na sala do banquete, onde sempre havia convidados, e a família se reunia para conversar e se alegrar.

Os dez filhos do casal eram amigos e se visitavam com freqüência. Formavam uma família próspera e muito feliz. Isto até mesmo despertava a inveja nos corações de alguns, que talvez não lhes conhecessem a simplicidade interior. Pois, apesar de toda essa riqueza e luxo, Jó e sua família tinham um coração simples e modesto, reconhecendo a bondade de Deus em todas as coisas que vieram a possuir.

Num dia fatídico, entretanto, a tragédia veio bater à porta daquela família feliz. No mesmo dia, chegaram, seguidamente, as notícias para o casal: todo o gado tinha sido levado pelos ladrões (os sabeus) e os empregados de Jó estavam mortos (1.14-15). Enquanto esta notícia era dada, outro servo chegou dizendo que havia caído fogo do céu e queimado todas as suas ovelhas e os seus pastores, no campo (v.16). Outro servo falou que os camelos tinham sido levados pelos caldeus e os servos foram todos mortos ao fio da espada (v. 17). E, finalmente a notícia mais doída para o coração do casal: seus filhos estavam mortos sob os escombros da casa que desabara sobre eles, provocada por um vendaval do deserto (v. 18-19).

Com toda a dor das perdas, Jó continuou confiando em Deus e adorando-o. Sua esposa assistia a tudo isto e sentia-se esmagada pela dor. Geralmente as mulheres são mais sensíveis do que os homens e, na verdade, ela estava sofrendo demais.

Sabemos que as provações não moldam o caráter, mas apenas o revelam... O caráter íntegro e confiante de Jó permaneceu inalterado. Ele reconheceu que tanto receber o bem (as bênçãos) quanto sofrer o mal, ou seja, as experiências negativas, isto fazia parte da vivência humana, e que Deus estava no controle de todas as coisas. Entretanto, para sua esposa as coisas eram diferentes. Ela não conseguia enxergar de maneira clara o que estava acontecendo, e desesperou-se.

Com as perdas dos empregados, do gado, dos camelos e, principalmente dos filhos, o luxo da casa começou a perder o brilho. A falta da presença dos dez filhos trouxe à esposa de Jó uma sensação de vazio e de grande tristeza. Ela procurava manter a calma, mas seu coração amargurado estava cheio de revolta contra Deus. Como ela poderia aceitar tantas perdas? Como poderia se sentir a mesma sem os bens que sempre tivera? Como poderia viver num padrão de vida mais baixo, sob os olhares de compaixão das amigas e o olhar satisfeito dos invejosos?

A provação vem para todos e, parece que a esposa de Jó não estava preparada para o sofrimento. O seu coração ia se enchendo de sentimentos negativos de auto-comiseração e revolta. E as coisas pioraram ainda mais.

A última prova alcançou o corpo de Jó. Uma enfermidade repugnante tornava sua companhia indesejável. Jó ficou cheio de tumores malignos do alto da cabeça à planta dos pés, sua pele estava cheia de feridas e seu hálito era insuportável (19.17). Era uma situação terrível para sua esposa. Ela não podia mais contemplar o sofrimento do esposo. Ele apresentava insônia, inapetência, magreza e incômodo por coceiras em todo o corpo. A pressão externa das circunstâncias era sobremodo grande para ela.

Enquanto Jó mantinha a sua integridade e sua fé, ela não estava agüentando mais, e, literalmente “chutou o balde”. Reagiu, então, com um ataque à fé de seu esposo, dizendo-lhe: “Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre”. Era o seu limite. Ela apenas enxugara externamente as lágrimas no sepultamento dos filhos, mas seu coração continuava chorando. Olhava para a casa sem os empregados de outrora e suspirava, sentindo o coração apertado e cheio de pena de si mesma...

É certo que nas provações da vida, não podemos olhar para nós mesmos, mas precisamos olhar para Deus. Se cairmos nessa tentação de olhar para o nosso estado na provação, então o inimigo terá alcançado êxito e nos fará desistir de Deus, da fé e da vitória. A fé nos faz ver o invisível, crer no incrível e sonhar com o milagre impossível aos olhos materiais...

Jó ficou muito bravo com a esposa, quando ela lhe falou para desistir de lutar, de viver, de sonhar. Ele a chamou de “doida”. Realmente é loucura desistir de lutar, de viver, de sonhar... A chama que aquece o nosso coração é a fé. É a certeza das coisas que se esperam. É a prova das coisas que não se vêem. Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Sem fé é impossível viver feliz e ter esperança... Na escuridão das provas é preciso olhar para Deus, para o alto, e confiar, e descansar, e esperar somente nele, pois dele vem a nossa salvação.

É bem possível que a esposa de Jó tenha atentado para a exortação de seu marido. É bem possível que ela tenha parado um pouco e refletido na insensatez de suas palavras dirigidas ao seu amado esposo... É bem possível que ela tivesse se arrependido do que falara e tenha se recolhido à meditação e reflexão sobre os acontecimentos, aguardando o desfecho...

Quando não se tem nada a fazer, devemos ficar quietos e esperar no Senhor. Confiar totalmente em sua bondade e na misericórdia de seu coração paternal. Devemos guardar a “porta dos nossos lábios” para não falarmos tolices, das quais venhamos a nos envergonhar mais tarde. Ao contrário, devemos liberar palavras de fé, de esperança, de confiança e de descanso em Deus.

No final da provação de Jó, vemos a restauração de seus bens, de sua saúde, de sua família. Deus lhe deu outros filhos, e a alegria de antes voltou. Agora, nesta nova fase, o amor do casal tornou-se mais maduro. As experiências vividas fortaleceram a fé da família. A humildade de seus corações diante de Deus aumentou, e a perseverança veio a se tornar amiga da esposa de Jó...



Por Pastora Ângela V. Cintra.


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  1. Amei que benção!!Não tinha visto desse jeito,fui muito abençoada.

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  2. Gostei muito do texto!!! Estou fazendo o papel da mulher de jó numa peça e seu texto me ajudou muito a entender a cabeça da personagem! Que Deus continue abençoando você!

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  3. Maravilhoso,ótimo para estudo com grupos de senhoras,amei.Que vcs continue uma benção,para abençoar a outros.

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